sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Comparação entre a minha prática formativa e o modelo de Gagné


“Toda a Arte de ensinar é apenas a arte de acordar a curiosidade natural nas mentes jovens, com o propósito de serem satisfeitas mais tarde”. (Anatole France – Escritor Francês)

Robert Gagné (1916 – 2002), investigador Americano, que se situou entre o behaviorismo e o cognitivismo, desenvolveu uma teoria instrucional (condições que favorecem a aprendizagem de uma capacidade específica), através de um modelo de nove “Eventos de Instrução”.
À medida que fui adquirindo mais informação sobre este modelo, para além do material que nos foi fornecido, fui-me apercebendo de como um sistema de procedimentos, relativamente simples, intuitivo e bem estruturado poderá significar tamanho êxito num processo formativo, tornando-o eficiente, estimulante e eficaz.
A minha experiência como formadora e em âmbito militar incidiu, maioritariamente, no Projecto do Dia da Defesa Nacional, em que toda e qualquer actividade formativa tinha um modelo baseado em normas e regras algo rígidas, às quais o formador tinha de se adaptar, seguindo-as e portanto dificilmente contornável, no sentido de ministrar a formação que considerava mais adequada. Mais recentemente, fiquei ligada ao CRFA através do qual ministro, frequentemente, Sessões de Formação/ Informação (no Centro e fora) a jovens candidatos à Força Aérea Portuguesa. Mas, volto-me a confrontar com um modelo de formação já institucionalizado. Apesar de tudo isto, esforço-me por tentar que as minhas Sessões de Formação, sejam apelativas, interessantes e simples de percepcionar, para que, o meu público-alvo, no final saia com a sensação que não despendeu tempo em vão e de que aprendeu algo de novo.
Denoto que, enquanto Formadora Militar (devido ao modelo já pré-estabelecido de Formação dos locais onde trabalhei) a minha prática e experiência formativa diverge do modelo de Gagné (infelizmente), principalmente no que diz respeito aos objectivos, orientação da aprendizagem, á prática, feedback, avaliação e a revisões, encontrando, apenas, ténues ligações no que diz respeito à obtenção da atenção (recepção), ao estimular a conexão com o conhecimento anterior e à informação (se bem que esta, por vezes, sobrecarrega a memória da audiência). Enquanto Formadora de âmbito civil encontro-me mais próxima deste modelo, que considero uma mais-valia no processo de formar. Possuindo plena consciência, de que uma Acção de Formação, depende do público-alvo, do tema, das ambições e objectivos dos Formandos, da sua receptividade, do Formador e de um conjunto de circunstâncias, sempre que possível, aproximo-me do Modelo de Gagné, principalmente, pelo facto de basear a atenção nas necessidades dos Formandos. Para isso recorro a apresentações originais, com humor e a questões provocativas, à informação sobre o pretendido no final da sessão, a revisões, apresentações e exposições de fácil compreensão, à prática, ao feedback, à avaliação e à revisão.

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